segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
O QUE A CNI QUER ESTUDAR?
O QUE A CNI QUER ESTUDAR?
A pergunta que agora não quer calar em minha mente é: O que a Confederação Nacional da Indústria quer mostrar com esse estudo? por mais verdadeiro que ele seja, não deveriam estar falando e pressionando o governo por mais inverstimento no setor que eles representam?
Avanço na educação no Brasil é mais lento que
aumento no investimento
Estudo realizado
pela Confederação Nacional da Indústria questiona eficiência dos gastos da área
no Brasil (14/02/2013)
Priscilla Borges - iG Brasília | 14
Os investimentos em
educação feitos pelo Brasil nos últimos anos cresceram. Porém, ao contrário de
outros países com o mesmo perfil de desenvolvimento, a qualidade de ensino não
acompanhou o aumento desses gastos. A conclusão faz parte de um estudo feito
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no final do ano passado.
A pesquisa
“Competitividade Brasil: comparação com países selecionados” mostra que o
aumento da competitividade é o maior desafio do País. Entre as 14 nações
selecionadas na avaliação, o Brasil ocupa a 13ª posição nesse quesito. Para a
indústria, melhorar a qualidade do ensino oferecido nas escolas brasileiras
fará toda a diferença nesse cenário.
Foram analisados 14
países: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia,
Coreia do Sul, Espanha, Índia, México, Polônia e Rússia. Eles foram escolhidos
por conta de suas características econômico-sociais e posicionamento no mercado
internacional. As variáveis escolhidas foram custo da mão de obra e de capital,
infraestrutura e logística, peso dos tributos, ambiente econômico, educação,
tecnologia e inovação.
No que diz respeito
à educação, três frentes foram avaliadas: a disseminação da educação entre a
população brasileira, a qualidade de ensino e o volume de recursos investidos
na área. O Brasil é o 6º país entre os 14 avaliados que mais investe em
educação (o dado utilizado foi o percentual do PIB em 2010, 4,97%).
O índice é similar
ao da Espanha (5%) e da Coréia do Sul (4,63%). No topo da lista, aparecem
África do Sul (6,28%), Canadá (5,96%), Austrália (5,84%) e Polônia (5,42%). “A
elevação do custo com educação é recente e sabemos que os resultados são lentos
e geracionais, mas é importante perceber o que os outros países têm feito
melhor”, avalia Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai).
Os itens avaliados para mensurar a qualidade de ensino mostram que o
Brasil está bem atrás dos outros. O País aparece em 9º, superando apenas a
Colômbia e a Argentina, nos quesitos considerados importantes nesse sentido: o
nível de conhecimento dos estudantes em matemática, ciências e a capacidade
de leitura .
“É uma fotografia
importante para a sociedade brasileira. Há avanços que estão sendo feitos para
melhorar a qualidade e os indicadores tem demonstrado isso. Mas temos também um
desafio de gestão desses recursos a enfrentar. Os países que têm tido boa
performance nos rankings educacionais investiram na profissionalização dos
dirigentes, da carreira dos docentes”, diz Lucchesi.
Fator determinante para desenvolvimento
Lucchesi lembra que
essa é a segunda vez que a CNI faz estudos sobre competitividade. A educação
foi listada entre os itens importantes a serem avaliados desde então. Segundo
ele, a preocupação da entidade se dá por conta do papel “central” do ensino no
desenvolvimento econômico do País.
“A qualidade
educacional influencia diretamente a competitividade porque determina a
qualificação para o trabalho. Há um ano e meio, a pesquisa da CNI detectou que
a deficiência na educação básica interferia na produtividade das indústrias. Há
indicadores que mostram a necessidade de atenção do País”, afirma.
A conclusão dos
estudos pela população, por exemplo, chamou a atenção dos pesquisadores. No
quesito disseminação da educação, que avaliou as matrículas de alunos e suas
respectivas idades em 9 países (Coreia do Sul, Canadá, Rússia, Austrália,
Espanha, Polônia, Chile e México), o Brasil fica em penúltimo.
Apesar de muitas
matrículas no ensino médio, o País tem um elevado índice de abandono em relação
aos outros já que apenas 52% da população de 25 a 34 anos concluiu a educação
básica. Nos dados que mostram a quantidade de pessoas nessa faixa etária que
concluiu o ensino superior, o índice é pior ainda (12%) e coloca o País em
último lugar da lista.
“Ainda temos poucos jovens no ensino superior
e no ensino técnico, ao contrário dos outros países. No Brasil, apenas 6,6% dos
jovens fazem educação profissional com ensino regular enquanto nos países
desenvolvidos o percentual é de 42%”, comenta.
UMA CATEGORIA EMPOBRECIDA E ADOECIDA
Pesquisador afirma que estrutura das escolas adoece professores
Para historiador da USP, sociedade critica todos os aspectos do cotidiano escolar, mas se esforça para mantê-los da mesma forma. Ele propõe discutir o “rompimento” das estruturas
Priscilla Borges - iG Brasília |
“O ambiente escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei.”
Sem infraestrutura: Em 72,5% das escolas da rede pública não há biblioteca
O relato é da professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.
Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de professores e alunos nos colégios é “insuportável”. “Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano escolar”, afirma.
Leia mais em: ESCOLAS ADOECEM PROFESSORES
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