EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL.
Esse post tem por objeto lembrar às escolas que não podemos deixar passar em "branco" o dia da Consciência Negra. Talvez um movimento em Mutum-MG a partir desse trocadilho NÃO DEIXE EM BRANCO, O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
Em consonância com nosso vereador Carlão, de Campinas.EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL.
Proposta de Carlão do PT, que pretende instituir “Semana Educar Pela Igualdade Racial”, CARLÃO PT
claudiomilitante: EDUCAR PELA IGUALDADE RACIAL.:
terça-feira, 28 de maio de 2013
ENEM 2013
Somente para registrar sobre o ENEM de 2013.
As provas serão aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro, a partir das 13h. Os portões, porém, serão abertos às 12h. O resultado no exame permite ao candidato a participação no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas de educação superior.
ENEM 2013 01
As provas serão aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro, a partir das 13h. Os portões, porém, serão abertos às 12h. O resultado no exame permite ao candidato a participação no Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que oferece vagas em instituições públicas de educação superior.
ENEM 2013 01
segunda-feira, 20 de maio de 2013
TDAH NAS CRIANÇAS FRANCESAS
Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.
LEIA O TEXTO COMPLETO EM:http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/deficit-de-atencao-nas-criancas-francesas.html
LEIA O TEXTO COMPLETO EM:http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/deficit-de-atencao-nas-criancas-francesas.html
domingo, 19 de maio de 2013
BOATE KISS E O CRUZ CREDO DA EDUCAÇÃO
Boate Kiss e o quiz da educação brasileira, uma analogia que somente um político como Cristovan Buarque poderia comparar. Leia:
Cristovam Buarque
Kiss: beijo de desprezo pela vida e pelo futuro
PUBLICADO EM 15/02/13 - 0h0
Não é difícil perceber como as manchetes das revistas das últimas semanas se referem à tragédia humana da boate Kiss, de Santa Maria: "Quando o Brasil vai aprender?", "A asfixia não acabou", "Tão jovens, tão rápido e tão absurdo" e "Futuro roubado". É também uma tragédia que pode ser associada às escolas de todo o Brasil. É como se a boate de Santa Maria fosse uma metáfora da escola brasileira.
Na primeira delas, os jovens perderam a vida por inalarem um gás venenoso; na outra, as crianças perdem o futuro por não inalarem o oxigênio do conhecimento. A imprevidência de proprietários, músicos e fiscais levou à morte por falta de ar; a de políticos, pais e eleitores leva a uma vida incompleta por falta de educação. A tragédia despertou para os riscos que correm nossos jovens em seus fins de semana em boates, mas ainda não despertou para o que perdem nossas crianças e jovens no dia a dia de suas escolas.
Estamos fechando boates sem sistemas de segurança, mas ainda deixamos abertas escolas sem qualidade. Os pais começaram a não deixar seus filhos irem a boates inseguras, mas levam confiantemente suas crianças a escolas que não asseguram o futuro delas. Exigimos que as boates tenham portas de emergência, mas não exigimos que as escolas sejam a porta para o futuro das crianças.
A tragédia de Santa Maria provoca a percepção imediata da fragilidade vergonhosa na segurança de boates, mas a tragédia de nossa educação, apesar de suas vítimas, não é percebida. Isso porque ela é uma tragédia à qual nos acostumamos e que nos embrutece, ou porque são crianças invisíveis pela pobreza, ou ainda porque somos um povo sem gosto pela antecipação, só ouvimos o grito de fogo e vemos a fumaça depois que eles matam. Por isso fechamos os olhos à tragédia da educação que hoje devasta a economia, a política e o tecido social do Brasil.
O abandono de nossas escolas não mata diretamente, mas dificulta o futuro de cada criança que não estuda. Se as escolas fossem de qualidade para todos, teríamos menos violência urbana, maior produtividade, mais avanços no mundo das invenções de novas tecnologias e um país melhor.
Por isso, ao mesmo tempo em que choramos as trágicas mortes dos jovens de Santa Maria, choremos também pelo futuro das crianças que não vão receber a educação necessária para enfrentar o mundo.
Choremos pelos que perderam a vida na boate ao respirar o ar venenoso e pelos que não vão receber nas escolas o ar puro do conhecimento.
Não vamos recuperar as vidas eliminadas na boate Kiss, podemos apenas chorar e nos envergonharmos. Mas podemos evitar o desperdício das vidas que estão hoje nas "escolas Kiss": metáfora que une boate e escola, sobretudo quando nos lembramos de que a boate se chamava Kiss, nome que deveríamos dar também às nossas escolas de hoje: beijo do desprezo. Desprezo pelas vidas de jovens ou pelo futuro de nossas crianças.
Cristovam Buarque
Kiss: beijo de desprezo pela vida e pelo futuro
PUBLICADO EM 15/02/13 - 0h0
Não é difícil perceber como as manchetes das revistas das últimas semanas se referem à tragédia humana da boate Kiss, de Santa Maria: "Quando o Brasil vai aprender?", "A asfixia não acabou", "Tão jovens, tão rápido e tão absurdo" e "Futuro roubado". É também uma tragédia que pode ser associada às escolas de todo o Brasil. É como se a boate de Santa Maria fosse uma metáfora da escola brasileira.
Na primeira delas, os jovens perderam a vida por inalarem um gás venenoso; na outra, as crianças perdem o futuro por não inalarem o oxigênio do conhecimento. A imprevidência de proprietários, músicos e fiscais levou à morte por falta de ar; a de políticos, pais e eleitores leva a uma vida incompleta por falta de educação. A tragédia despertou para os riscos que correm nossos jovens em seus fins de semana em boates, mas ainda não despertou para o que perdem nossas crianças e jovens no dia a dia de suas escolas.
Estamos fechando boates sem sistemas de segurança, mas ainda deixamos abertas escolas sem qualidade. Os pais começaram a não deixar seus filhos irem a boates inseguras, mas levam confiantemente suas crianças a escolas que não asseguram o futuro delas. Exigimos que as boates tenham portas de emergência, mas não exigimos que as escolas sejam a porta para o futuro das crianças.
A tragédia de Santa Maria provoca a percepção imediata da fragilidade vergonhosa na segurança de boates, mas a tragédia de nossa educação, apesar de suas vítimas, não é percebida. Isso porque ela é uma tragédia à qual nos acostumamos e que nos embrutece, ou porque são crianças invisíveis pela pobreza, ou ainda porque somos um povo sem gosto pela antecipação, só ouvimos o grito de fogo e vemos a fumaça depois que eles matam. Por isso fechamos os olhos à tragédia da educação que hoje devasta a economia, a política e o tecido social do Brasil.
O abandono de nossas escolas não mata diretamente, mas dificulta o futuro de cada criança que não estuda. Se as escolas fossem de qualidade para todos, teríamos menos violência urbana, maior produtividade, mais avanços no mundo das invenções de novas tecnologias e um país melhor.
Por isso, ao mesmo tempo em que choramos as trágicas mortes dos jovens de Santa Maria, choremos também pelo futuro das crianças que não vão receber a educação necessária para enfrentar o mundo.
Choremos pelos que perderam a vida na boate ao respirar o ar venenoso e pelos que não vão receber nas escolas o ar puro do conhecimento.
Não vamos recuperar as vidas eliminadas na boate Kiss, podemos apenas chorar e nos envergonharmos. Mas podemos evitar o desperdício das vidas que estão hoje nas "escolas Kiss": metáfora que une boate e escola, sobretudo quando nos lembramos de que a boate se chamava Kiss, nome que deveríamos dar também às nossas escolas de hoje: beijo do desprezo. Desprezo pelas vidas de jovens ou pelo futuro de nossas crianças.
sexta-feira, 3 de maio de 2013
GAROTO QUE ESTUDA, DE POCRANE-MG PARA LION-FRA.
Aluno da Unicamp
nascido na zona rural de MG vai estudar na França
André
Moura, de 21 anos, fará intercâmbio na École Centrale de Lyon.
'Se não fosse a educação, seria um trabalhador rural', diz jovem.
'Se não fosse a educação, seria um trabalhador rural', diz jovem.
Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo
Quando
vivia em Pocrane, cidade de 9.000 habitantes na zona rural de Minas Gerais,
André Luiz de Moura Marques, hoje com 21 anos, queria se livrar do trabalho na
roça. Tinha pavor de ter de ajudar a família no cultivo das plantações de
milho, feijão e arroz como faziam os jovens de sua idade, e ia estudar, ler e
sonhar com novas oportunidades. Não sabia ao certo onde queria chegar, mas
conhecia o caminho: a educação. Pocrane ficou para trás, André se tornou aluno
de engenharia química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e agora
está prestes a mudar de casa novamente. O destino é Lyon, que abriga a École
Centrale de Lyon, uma das mais respeitadas instituições de ensino superior de
engenharia do mundo.
Casa de André no município de Pocrane |
O
jovem vai participar de um intercâmbio de dois anos que será possível graças a
um programa de duplo diploma da Unicamp destinado aos estudantes de engenharia.
Os candidatos são selecionados por meio de análise de currículo, histórico
escolar, entrevista e prova. André embarca no próximo dia 21 de agosto. Vai
aprender o idioma, fazer as disciplinas do curso de engenharia química em Lyon,
mas conclui a graduação na Unicamp.
Não
é a primeira vez que André sairá do país. Em julho, em sua primeira viagem de
avião, ficou três semanas na China por um programa de intercâmbio do Santander
para participar de uma série de discussões sobre meio ambiente e
sustentabilidade. “Foi bom conhecer outro país, outra cultura, outra moeda. É
bom ver tudo isso para depois emitir suas próprias opiniões”, diz.
saiba mais
Para
chegar até a École Centrale de Lyon, a trajetória do jovem foi longa. Durante o
ensino fundamental estudava em um povoado distante uma hora de sua casa em
Pocrane, ia a pé, sob sol quente. Foi incentivado por uma diretora a tentar uma
vaga no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV) quando
concluísse o ensino fundamental. E ao contrário do desejo mãe, que tinha medo
de não conseguir ajudá-lo nas despesas se saísse de casa, prestou vestibulinho
para tentar uma vaga no Colégio de Aplicação. Falhou na primeira tentativa, mas
conseguiu no ano seguinte.
“Fiz
a prova, fui aprovado mas não tinha como me manter lá [em Viçosa]. Tinha 16
anos, e na minha família nunca ninguém tinha saído de casa para estudar. Minha
mãe não tinha como me bancar, e meus professores me ajudavam, me davam dinheiro
para me manter, até os que não me conheciam, mas sabiam da minha história”,
afirma André. Nessa época, a mãe do garoto, Ruth Moura, de 39 anos, trabalhava
como empregada doméstica, hoje ela é auxiliar de serviços gerais em uma escola
de Pocrane. O pai de André morreu por conta de um acidente de trabalho em uma
mineração quando ele tinha dois anos.
“Quero
me engajar para mudar algumas coisas no meu país. Não me considero mais
inteligente do que ninguém, só tive oportunidade e quero promover isso para
quem tem grande potencial, mas é sufocado pelo meio."
André Luiz de Moura
Marques, de 21 anos
Trezentos
quilômetros longe de casa, em Viçosa, André demorou um pouco para se acostumar.
“Morava na roça e foi um choque cultural, no primeiro ano sofri um pouco”, diz.
André só voltava para Pocrane nas férias, trabalhava como professor particular
de matemática e física, e a mãe, aos poucos, se acostumou com a ideia de tê-lo
longe. “No começo foi difícil porque fui o primeiro a fazer isso. Mas ela se
convenceu de que era a oportunidade que tinha e sabia da minha vontade de sair
de lá.”
Ao
término do terceiro ano do ensino médio, em 2009, André prestou vestibular e
garantiu vaga na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unicamp,
Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e UFV, onde passou em primeiro
lugar entre todos os candidatos. Optou pela Unicamp pela reputação e qualidade
da instituição, mas também pela política de auxílio e moradia estudantis.
“Muita
gente de Pocrane não sabe o que é uma universidade pública, mas é normal. Eu
mesmo não tinha noção, mas abri minha cabeça, nunca pensaria em mudar para São
Paulo, mas pude sonhar mais alto”, diz.
O
espírito de querer o evoluir, o fez ser escolhido como um dos bolsistas da
Fundação Estudar, que apoia jovens talentos brasileiros com auxílio financeiro
e de orientação para carreira. Da seleção deste ano saíram 29 estudantes entre
quase 6.000 inscritos.
)
A beira do rio Manhuaçu |
‘Oportunidade para quem tem
potencial’
Lyon é uma das maiores cidades francesas. Lá, André vai estudar, estagiar e morar no campus da universidade. Volta para o Brasil dois anos depois para concluir a graduação na Unicamp, trabalhar e investir em projetos de educação. “Quero me engajar para mudar algumas coisas no meu país. Não me considero mais inteligente do que ninguém, só tive oportunidade e quero promover isso para quem tem grande potencial, mas é sufocado pelo meio. A educação é o que muda nossa vida. É o que mudou a minha. Se não fosse por ela, seria um trabalhador rural”, afirma.
Lyon é uma das maiores cidades francesas. Lá, André vai estudar, estagiar e morar no campus da universidade. Volta para o Brasil dois anos depois para concluir a graduação na Unicamp, trabalhar e investir em projetos de educação. “Quero me engajar para mudar algumas coisas no meu país. Não me considero mais inteligente do que ninguém, só tive oportunidade e quero promover isso para quem tem grande potencial, mas é sufocado pelo meio. A educação é o que muda nossa vida. É o que mudou a minha. Se não fosse por ela, seria um trabalhador rural”, afirma.
O
mineiro pensa em trabalhar como engenheiro com projetos de construções, mas
atuar em projetos de educação de forma paralela, criando colégios ou fundações
que apoiem estudantes. “A educação faz você se uma pessoa melhor, um cidadão
mais consciente, e vai mudar o Brasil. É o mínimo que posso fazer por tudo
que
tive. Professores apostaram em mim e tenho de retribuir”, diz.
André na China |
Do
Brasil, nos próximos dois anos, André diz que vai sentir falta da família, da
língua e da sensação de estar em casa. Mas a distância será importante para
viver outras realidades e experiências que poderão se copiadas. “A gente tem
muita coisa para ser melhorada e não quero me acomodar. Nosso país é
desenvolvido de forma assimétrica, e temos o papel, como cidadãos, de mudar
isso. Eu não tinha acesso a uma boa educação, a expectativa era de que virasse
um trabalhador rural. Mas minha história foi diferente, e a ideia é que eu não
seja um caso a parte. A educação no Brasil é muito restrita, e me faz refletir
sempre.”
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSISTE NO ERRO
POSTO ESSE ARTIGO POR CONCORDAR COM ELE.
MEC insiste em errar ou pedido de bom senso ao Mozart
Não basta a imposição de currículos via avaliações sistêmicas externas (ENEM, ENADE e IDEB). Não basta as premiações por melhoria do IDEB, como se este desempenho escolar tivesse na aula dada seu principal fator de promoção. O MEC continua ladeira abaixo no retrocesso pedagógico.
Agora, para responder ao déficit de professores da área de exatas e biologia, ofertará pós-graduação em universidades a professores que lecionam estas disciplinas,desde que seja comprovada a melhoria do desempenho dos seus alunos nestas matérias.
Uma profunda bobagem que desconhece todos dados disponíveis a respeito das condições de trabalho (independente da titulação do professor), assim como desconhece que o principal fator de desempenho do aluno é a escolaridade da mãe. Obviamente que quem está à frente deste "programa" é o mesmo pessoal que sugere as premiações por desempenho do aluno. Erram sem dó e não aprendem com o erro, o que é, aliás, medida para medir inteligência, segundo um adágio popular.
Vou reproduzir, mais uma vez, a carta da professora Áurea Regina Damasceno, que publiquei na Folha de S.Paulo, enviada à Secretária de Educação de Belo Horizonte, para justificar seu pedido de exoneração. Áurea tinha 30 anos de experiência na rede municipal de ensino e tinha acabado de concluir seu doutorado.
Caro Mozart Neves (que coordenará este famigerado programa): mergulhe na realidade da educação básica. Pelo bem da educação.
Reproduzo algumas passagens desta carta:
“Hoje, dia 19 de março de 2009, vou mais um dia para a escola, desanimada e certa de que as aulas que preparei para os alunos do 3º ciclo, 1º turno, não serão dadas. Mas busco entusiasmo não sei onde, entro para a sala de aula (sala 10, 6ª série) e inicio repetindo o que tenho falado com os alunos desde o primeiro dia de aula: coloquem o caderno, a agenda, o lápis, caneta, borracha, régua, tesoura sobre a mesa e guardem a mochila debaixo da carteira ou dependurada no encosto da cadeira (muitos se deitam, durante a aula, na mochila para dormir ou se escondem atrás dela para dar gritos ensurdecedores sem motivo algum ou para atirar bolinhas de papel enfiadas no
corpo das canetas esferográficas).”
“Essa atividade demanda mais ou menos uns 20 min, pois metade da sala não ouve, ou finge que não ouve, continua a correr pela sala, está virada para trás conversando, está subindo nas bancadas sobre as janelas e de lá pulando de cadeira em cadeira e outros tantos estão a olhar no vazio, sem nada fazer.”
“Pergunto por que estão sem a agenda e sem as folhas, várias respostas: esqueci, meu irmão rasgou, fiz bolinha de papel, fulano (referindo-se a um colega de sala, ou mesmo de outras salas que durante os intervalos invadem como loucos as salas vizinhas, batem, jogam mochilas pelas janelas, rasgam material, andam sobre as carteiras) pegou rasgou ou fez bolinha de papel, rasguei porque achei que não iria precisar. (ah, seria tão fácil se você os colocasse então em duplas para fazerem a atividade, penso eu). Ah! sim, seria e a responsabilidade e o compromisso ficariam para ser construídos não se sabe quando. “
“Agora aula na sala 09, também 6ª série. Quando chego à porta da sala tenho vontade de sumir, há pelo menos uns dez alunos de pé sobre a bancada debaixo da janela. (...) A garota - infelizmente ainda não sei todos os nomes - que se assenta na última carteira da 2ª fila, perto da janela, pula da bancada para o tampo de uma carteira e depois para o tampo da sua, desce para a cadeira, pula no chão e corre, gritando pela sala atrás de um garoto. Passam na minha frente como se lá eu não estivesse e voltam. Paro na frente de todos e fico olhando, tenho a impressão de que estou numa rebelião. Penso: o que fazer?”
“Volto, não chego a parar um minuto na frente da sala e caio. Caio sem saber como nem porque. Ouço apenas um silêncio e: - a professora caiu!!!! Levanto-me de um só pulo, com algumas dores. Continuo o sermão dizendo que caí certamente porque perdi o equilíbrio em função do comportamento deles."
“Logo que iniciei as aulas perguntei à coordenadora qual era o diagnóstico desses alunos, ela me disse que não sabia e que iria procurar saber. Já são alunos da escola, pelo menos desde o ano passado, e estão na 8ª série. Sempre que lhes peço algo, a turma responde: “ô professora eles num faz nada não, tem poblema de cabeça”.”
MEC insiste em errar ou pedido de bom senso ao Mozart
Não basta a imposição de currículos via avaliações sistêmicas externas (ENEM, ENADE e IDEB). Não basta as premiações por melhoria do IDEB, como se este desempenho escolar tivesse na aula dada seu principal fator de promoção. O MEC continua ladeira abaixo no retrocesso pedagógico.
Agora, para responder ao déficit de professores da área de exatas e biologia, ofertará pós-graduação em universidades a professores que lecionam estas disciplinas,desde que seja comprovada a melhoria do desempenho dos seus alunos nestas matérias.
Uma profunda bobagem que desconhece todos dados disponíveis a respeito das condições de trabalho (independente da titulação do professor), assim como desconhece que o principal fator de desempenho do aluno é a escolaridade da mãe. Obviamente que quem está à frente deste "programa" é o mesmo pessoal que sugere as premiações por desempenho do aluno. Erram sem dó e não aprendem com o erro, o que é, aliás, medida para medir inteligência, segundo um adágio popular.
Vou reproduzir, mais uma vez, a carta da professora Áurea Regina Damasceno, que publiquei na Folha de S.Paulo, enviada à Secretária de Educação de Belo Horizonte, para justificar seu pedido de exoneração. Áurea tinha 30 anos de experiência na rede municipal de ensino e tinha acabado de concluir seu doutorado.
Caro Mozart Neves (que coordenará este famigerado programa): mergulhe na realidade da educação básica. Pelo bem da educação.
Reproduzo algumas passagens desta carta:
“Hoje, dia 19 de março de 2009, vou mais um dia para a escola, desanimada e certa de que as aulas que preparei para os alunos do 3º ciclo, 1º turno, não serão dadas. Mas busco entusiasmo não sei onde, entro para a sala de aula (sala 10, 6ª série) e inicio repetindo o que tenho falado com os alunos desde o primeiro dia de aula: coloquem o caderno, a agenda, o lápis, caneta, borracha, régua, tesoura sobre a mesa e guardem a mochila debaixo da carteira ou dependurada no encosto da cadeira (muitos se deitam, durante a aula, na mochila para dormir ou se escondem atrás dela para dar gritos ensurdecedores sem motivo algum ou para atirar bolinhas de papel enfiadas no
corpo das canetas esferográficas).”
“Essa atividade demanda mais ou menos uns 20 min, pois metade da sala não ouve, ou finge que não ouve, continua a correr pela sala, está virada para trás conversando, está subindo nas bancadas sobre as janelas e de lá pulando de cadeira em cadeira e outros tantos estão a olhar no vazio, sem nada fazer.”
“Pergunto por que estão sem a agenda e sem as folhas, várias respostas: esqueci, meu irmão rasgou, fiz bolinha de papel, fulano (referindo-se a um colega de sala, ou mesmo de outras salas que durante os intervalos invadem como loucos as salas vizinhas, batem, jogam mochilas pelas janelas, rasgam material, andam sobre as carteiras) pegou rasgou ou fez bolinha de papel, rasguei porque achei que não iria precisar. (ah, seria tão fácil se você os colocasse então em duplas para fazerem a atividade, penso eu). Ah! sim, seria e a responsabilidade e o compromisso ficariam para ser construídos não se sabe quando. “
“Agora aula na sala 09, também 6ª série. Quando chego à porta da sala tenho vontade de sumir, há pelo menos uns dez alunos de pé sobre a bancada debaixo da janela. (...) A garota - infelizmente ainda não sei todos os nomes - que se assenta na última carteira da 2ª fila, perto da janela, pula da bancada para o tampo de uma carteira e depois para o tampo da sua, desce para a cadeira, pula no chão e corre, gritando pela sala atrás de um garoto. Passam na minha frente como se lá eu não estivesse e voltam. Paro na frente de todos e fico olhando, tenho a impressão de que estou numa rebelião. Penso: o que fazer?”
“Volto, não chego a parar um minuto na frente da sala e caio. Caio sem saber como nem porque. Ouço apenas um silêncio e: - a professora caiu!!!! Levanto-me de um só pulo, com algumas dores. Continuo o sermão dizendo que caí certamente porque perdi o equilíbrio em função do comportamento deles."
“Logo que iniciei as aulas perguntei à coordenadora qual era o diagnóstico desses alunos, ela me disse que não sabia e que iria procurar saber. Já são alunos da escola, pelo menos desde o ano passado, e estão na 8ª série. Sempre que lhes peço algo, a turma responde: “ô professora eles num faz nada não, tem poblema de cabeça”.”
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