segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Simón Rodríguez, o plantador de escolas
Conferência da jornalista Elaine Tavares, na IV Semana Paulo Freire, na UFSC. Agosto, 2013.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO: 20 METAS
O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado dia 26 de junho pela presidenta Dilma Rousseff, tem 20 metas para os próximos 10 anos. O plano prevê a abertura de mais vagas no ensino superior, investimentos maiores em educação básica em tempo integral e em educação profissional.
Conheça as 20 metas, com informações do Observatório do PNE:
1. Educação infantil
Até 2016, todas as crianças de 4 a 5 anos de idade devem estar matriculadas na pré-escola; e a oferta de educação infantil em creches deve ser ampliada de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência deste PNE.
Até 2016, todas as crianças de 4 a 5 anos de idade devem estar matriculadas na pré-escola; e a oferta de educação infantil em creches deve ser ampliada de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência deste PNE.
2. Ensino fundamental
Até o último ano de vigência do PNE, toda a população de 6 a 14 anos deve ser matriculada no ensino fundamental de 9 anos, e pelo menos 95% dos alunos devem concluir essa etapa na idade recomendada.
Até o último ano de vigência do PNE, toda a população de 6 a 14 anos deve ser matriculada no ensino fundamental de 9 anos, e pelo menos 95% dos alunos devem concluir essa etapa na idade recomendada.
3. Ensino médio
Até 2016, o atendimento escolar deve ser universalizado para toda a população de 15 a 17 anos.
Até 2016, o atendimento escolar deve ser universalizado para toda a população de 15 a 17 anos.
4. Educação inclusiva
Toda a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação deve ter acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, de preferência na rede regular de ensino.
Toda a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação deve ter acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, de preferência na rede regular de ensino.
5. Alfabetização
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental.
Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental.
6. Educação integral
Até o fim da vigência do PNE, oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas.
Até o fim da vigência do PNE, oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas.
7. Aprendizado adequado na idade certa
Estimular a qualidade da educação básica em todas etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem.
Estimular a qualidade da educação básica em todas etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem.
8. Escolaridade média
Elevar, até 2013, a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano. E igualar a escolaridade média entre negros e não negros.
9. Alfabetização e alfabetismo de jovens e adultos
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
10. EJA integrada à educação profissional
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
11. Educação profissional
Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público. A meta é atingir o número de 4.086.600 de alunos matriculados.
Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público. A meta é atingir o número de 4.086.600 de alunos matriculados.
12. Educação superior
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.
13. Titulação de professores da educação superior
Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente para 75%.
Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da proporção de mestres e doutores do corpo docente para 75%.
14. Pós-graduação
Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
15. Formação de professores
Garantir, em regime de colaboração entre os entes federados, no prazo de um ano de vigência do PNE, uma política nacional de formação superior dos profissionais da educação.
Garantir, em regime de colaboração entre os entes federados, no prazo de um ano de vigência do PNE, uma política nacional de formação superior dos profissionais da educação.
16. Formação continuada e pós-graduação de professores
Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da Educação Básica, até o último ano de vigência do PNE.
Formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da Educação Básica, até o último ano de vigência do PNE.
17. Valorização do professor
Valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas da Educação Básica, a fim de equiparar o rendimento médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do 6º ano da vigência do PNE.
Valorizar os(as) profissionais do magistério das redes públicas da Educação Básica, a fim de equiparar o rendimento médio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do 6º ano da vigência do PNE.
18. Plano de carreira docente
Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da Educação Básica e Superior pública de todos os sistemas de ensino.
Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os(as) profissionais da Educação Básica e Superior pública de todos os sistemas de ensino.
19. Gestão democrática
Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da Educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas.
Assegurar condições, no prazo de dois anos, para a efetivação da gestão democrática da Educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas.
20. Financiamento da Eeducação
Ampliar o investimento público em Educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência da lei do PNE e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.
Da Redação da Agência PT, com informações do Portal Brasil
Ampliar o investimento público em Educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência da lei do PNE e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do decênio.
Da Redação da Agência PT, com informações do Portal Brasil
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Ligações Químicas - Música (+playlist)
Enviado em 12/02/2010
Trabalho de química - 1ºD Colégio Maxi Cuiabá 2008
Letra - Ligações Químicas
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Os átomos ligam entre si tentando configurar
8 elétrons na última ou 2 na camada K.
Com menos de 4 elétrons na camada de valência
os metais doam elétrons, essa é sua tendência.
Tendo mais de 4 elétrons na referida camada
os não-metais ganham elétrons sendo ela completada.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Com perda ou ganho de elétrons os íons formarão,
positivos e negativos, cátions e ânios serão.
Com força eletrostática unidos eles ficaram
formando compostos iônicos através da ligação.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Na covalente os elétrons compartilhados aos pares
unem átomos formando compostos moleculares,
ocorrendo entre átomos que tem 4 elétrons ou mais
na camada de valência, ou seja, entre os não-metais.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Se cada átomo contribui com um elétron do par,
ligação covalente simples ela se chamará,
mas se os elétrons pertencem à um átomo somente,
será ligação coordenada ou dativa covalente.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
A música pode ser encontrada (e baixada, o realplayer faz o download) no blog:
http://blog.educacional.com.br/protj/...
É a ultima musica, "Ligações Químicas II"
Letra - Ligações Químicas
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Os átomos ligam entre si tentando configurar
8 elétrons na última ou 2 na camada K.
Com menos de 4 elétrons na camada de valência
os metais doam elétrons, essa é sua tendência.
Tendo mais de 4 elétrons na referida camada
os não-metais ganham elétrons sendo ela completada.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Com perda ou ganho de elétrons os íons formarão,
positivos e negativos, cátions e ânios serão.
Com força eletrostática unidos eles ficaram
formando compostos iônicos através da ligação.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Na covalente os elétrons compartilhados aos pares
unem átomos formando compostos moleculares,
ocorrendo entre átomos que tem 4 elétrons ou mais
na camada de valência, ou seja, entre os não-metais.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
Se cada átomo contribui com um elétron do par,
ligação covalente simples ela se chamará,
mas se os elétrons pertencem à um átomo somente,
será ligação coordenada ou dativa covalente.
Ligação iônica forma íons e a covalente não,
o hidrogênio faz as duas depende da situação.
A música pode ser encontrada (e baixada, o realplayer faz o download) no blog:
http://blog.educacional.com.br/protj/...
É a ultima musica, "Ligações Químicas II"
quarta-feira, 7 de maio de 2014
10.639 CONDIÇÕES PARA LECIONAR NA ESCOLA PÚBLICA
São 10.639 condições necessárias para torna-se professor de escolas públicas
Para ser legitimado como professor e educador na escola pública brasileira, o sujeito deve lembrar-se primeiramente que isso implica de saída, na assunção de que sua zona de conforto será, a partir desse momento, uma permanente faixa de Gaza elevada a décima potência multiplicada por mil e um ao quadrado, somados as forças das boas intenções buscadas no inferno do submundo capitalista desumanizante das relações de poder. Sem assumir essa condição de caráter estritamente diatópico, as possibilidades de sua voz de tornar credível, seriam anátemas.
Esse lugar só pode ser percebido de forma hermenêutica, e só seria realmente possível assumi-lo a partir da assunção desse repto; no mais, qualquer fala nesse sentido, tornar-se-iam percalços no exercício do magistério, mesmo imbuído de boa causa e intenções.
Tudo que vier após o primeiro passo dessa assunção, denominado como obstáculos, empecilhos ou mesmo ações atribuídas às forças sobrenaturais, seriam apenas vernizes que tornam essa trilha digna de ser conquistada, como o buril que faz brilhar, provocando a lapidação necessária do objeto ou do objetivo a ser alcançado.
Portando, as 10.639 condições necessárias ao professor e/ou educador para se tornar um facilitador, e não apenas mais um prosaico reprodutor das representações postas e impostas, se resumem a uma somente; as condições restantes são objetos de conjecturas que visão nublar a visão, de maneira a confundir o objetivo ambicionado. Ou seja, são tarimbados objetos de distração, estrategicamente semeados no picadeiro desse circo chamado educação; sendo assim, o show deve sempre continuar e na sua zona de conforto muitos deverão se conformar usando as 10.638 condições restantes para se justificar.
FONTE
http://pretitudes.blogspot.com.br/2014/04/sao-10639-condicoes-necessarias-para.html.
Para ser legitimado como professor e educador na escola pública brasileira, o sujeito deve lembrar-se primeiramente que isso implica de saída, na assunção de que sua zona de conforto será, a partir desse momento, uma permanente faixa de Gaza elevada a décima potência multiplicada por mil e um ao quadrado, somados as forças das boas intenções buscadas no inferno do submundo capitalista desumanizante das relações de poder. Sem assumir essa condição de caráter estritamente diatópico, as possibilidades de sua voz de tornar credível, seriam anátemas.
Esse lugar só pode ser percebido de forma hermenêutica, e só seria realmente possível assumi-lo a partir da assunção desse repto; no mais, qualquer fala nesse sentido, tornar-se-iam percalços no exercício do magistério, mesmo imbuído de boa causa e intenções.
Tudo que vier após o primeiro passo dessa assunção, denominado como obstáculos, empecilhos ou mesmo ações atribuídas às forças sobrenaturais, seriam apenas vernizes que tornam essa trilha digna de ser conquistada, como o buril que faz brilhar, provocando a lapidação necessária do objeto ou do objetivo a ser alcançado.
Portando, as 10.639 condições necessárias ao professor e/ou educador para se tornar um facilitador, e não apenas mais um prosaico reprodutor das representações postas e impostas, se resumem a uma somente; as condições restantes são objetos de conjecturas que visão nublar a visão, de maneira a confundir o objetivo ambicionado. Ou seja, são tarimbados objetos de distração, estrategicamente semeados no picadeiro desse circo chamado educação; sendo assim, o show deve sempre continuar e na sua zona de conforto muitos deverão se conformar usando as 10.638 condições restantes para se justificar.
FONTE
http://pretitudes.blogspot.com.br/2014/04/sao-10639-condicoes-necessarias-para.html.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
O BAFO DO SUCATEAMENTO E O DESABAFO DO COLEGA
NOTA DO BLOG: Quando me perguntam sobre a Lei 100, efetivados, concursos e etc... Eu respondo que sobre a Lei 100 continuamos sem noção do vai acontecer.
Em Mutum, a situação varia de pessoa para pessoa. Uns querem que o governo resolva logo, exonere rápido para então decidir o que vai fazer da vida, outros torcem para que a coisa se prolongue, se arraste, até dezembro.
Penso que o STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL) na modulação da decisão, devia estabelecer regras mais precisas, como todos continuarem até dezembro, em dezembro posse para todos os concursados quantas vagas houver, e se ainda haver vagas, concurso público em março de 2015, com posse em 1º agosto.
Outra afirmativa que faço sempre é que todos nós somos vítimas desse desmonte do serviço público que Minas Geais vem sofrendo e o sucateamento da educação pública faz parte de um pacote maior, o neoliberalismo nefasto do PSDB.
Por isso, post aqui o desabafo em forma de carta aberta de um colega, companheiro de armagura:
QUINTA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2014, 11:05 HS
O desabafo do professor com a crise da Educação em MG
Carta aberta aos companheiros Professores de Minas Gerais
por Hudson Luiz Vilas Boas*, no Dissolvendo no Ar, via Facebook
Como professor de Sociologia da rede estadual de Minas Gerais, não posso me calar diante dos métodos pouco pedagógicos e nada democráticos como a Educação tem sido tratada em meu estado nos últimos doze anos e cujos nefastos reflexos todos nós, educadores e educandos, temos sentido na pele.
Em 26 de março último, por unanimidade os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam inconstitucional a Lei Complementar (LC) 100, que efetivou, em 2007, cerca de 98 mil servidores do estado de Minas Gerais. A corte analisou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que questionou a forma de ingresso na administração pública. A PGR pediu a derrubada da legislação que igualou os antigos designados, contratados com vínculos precários e lotados, em sua maioria, na área da educação, aos efetivos. No entendimento do Supremo, devem deixar o cargo, a partir da publicação do acórdão, todos aqueles que não prestaram concurso público para a função que ocupam.
Não obstante o STF só tenha julgado a LC-100 há poucas semanas, a decisão era prevista e aguardada por grande parte dos profissionais em educação, atingidos diretamente ou não pela decisão, e o Sind-UTE (Sindicato Únicos dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) já havia apontado para tanto, sem jamais deixar de se solidarizar com os profissionais que em 2007 receberam esse verdadeiro “presente de grego” que desde o início claramente feria a Constituição Federal.
Ademais, a postura do Sind-UTE sempre foi a de entender que os “efetivados” – termo que traz em si uma conotação pejorativa e que passou a ser empregada pelo próprio governo mineiro – jamais poderiam ser culpabilizados por um arrobo de ataque a Constituição, antes, a total responsabilidade deveria, e ainda há tempo para isto, recair sobre quem de fato agiu de maneira inconstitucional, demagógica, imoral e patrimonialista, ou seja, o governo de Minas Gerais na figura do seu então governador, o senhor Aécio Neves.
Mas a lambança não acaba por aí. Enquanto perdurou a inconstitucional LC-100 muitos professores aprovados em concurso, tal como rege a Constituição de 1988, tiveram cerceado o direito à nomeação, pois inúmeras vagas encontravam-se preenchidas de maneira ilegítima.
Segundos dados da própria Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, hoje mais de 1/3 dos professores da rede estão na condição de beneficiados pela LC-100, todavia até o presente momento o governo tem se esquivado de responder as duvidas desses professores e a secretária Ana Lúcia Gazzola sequer procurou dar uma resposta – ou mea culpa – aos milhares de profissionais atingidos “não” pela decisão do STF, mas “sim” pela irresponsabilidade do governo mineiro que insistiu numa tentativa torpe de burlar a Carta Magna.
Pode-se afirmar, sem medo de engano, que nos últimos doze anos a educação em Minas Gerais tem sido tratada de forma irresponsável e portanto nada condizente com a importância que representa para a construção de uma sociedade mais justa e livre ou para a autonomia do indivíduo. A derrubada da LC-100 é, desafortunadamente, somente mais um capítulo do modo Aécio de tratar a Educação.
Para citar apenas mais alguns capítulos, podemos rememorar a divisão das turmas de Ensino Médio em áreas de Humanas, Exatas e Biológicas.Um projeto polêmico, esdrúxulo e criticado por estudantes, professores e pais, que fadado ao fracasso não vingou por mais de quatro anos. Ou então quando em 2010 quando o governo do estadual já com o ano letivo em andamento, promoveu ao Ensino Fundamental II, sem qualquer planejamento, estudantes que no ano anterior haviam sido retidos nas séries iniciais. Ou ainda, o Reinventando o Ensino Médio, projeto embutido de vários pontos positivos, que, no entanto, está em fase de implantação sem o mínimo de estrutura, não trazendo as ferramentas necessárias para cativar os estudantes e que denota uma incrível falta de planejamento pedagógico.
Poderia citar diversos outros exemplos como o congelamento do plano de carreira, a transformação do salário dos profissionais da Educação em subsídio, a retirada de benefícios conquistados ao longo das décadas tais como quinquênio, pagamento em espécie de férias prêmio ou a da gratificação do pó de giz.
Por fim, os professores mineiros estão angustiados, perplexos e decepcionados com os rumos que a Educação em Minas tem tomado.
Finalizo com as palavras do mestre Paulo Freire:
“Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”
*Hudson Luiz Vilas Boas, cidadão, educador, professor de Sociologia das redes estaduais de Minas Gerais e São Paulo, professor de Cultura e Cidadania e coordenador do Pré-Vestibular Comunitário Educafro.
FONTE: ROGERIO CORREIA
Em Mutum, a situação varia de pessoa para pessoa. Uns querem que o governo resolva logo, exonere rápido para então decidir o que vai fazer da vida, outros torcem para que a coisa se prolongue, se arraste, até dezembro.
Penso que o STF (SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL) na modulação da decisão, devia estabelecer regras mais precisas, como todos continuarem até dezembro, em dezembro posse para todos os concursados quantas vagas houver, e se ainda haver vagas, concurso público em março de 2015, com posse em 1º agosto.
Outra afirmativa que faço sempre é que todos nós somos vítimas desse desmonte do serviço público que Minas Geais vem sofrendo e o sucateamento da educação pública faz parte de um pacote maior, o neoliberalismo nefasto do PSDB.
Por isso, post aqui o desabafo em forma de carta aberta de um colega, companheiro de armagura:
QUINTA-FEIRA, 24 DE ABRIL DE 2014, 11:05 HS
O desabafo do professor com a crise da Educação em MG
Carta aberta aos companheiros Professores de Minas Gerais
por Hudson Luiz Vilas Boas*, no Dissolvendo no Ar, via Facebook
Como professor de Sociologia da rede estadual de Minas Gerais, não posso me calar diante dos métodos pouco pedagógicos e nada democráticos como a Educação tem sido tratada em meu estado nos últimos doze anos e cujos nefastos reflexos todos nós, educadores e educandos, temos sentido na pele.
Em 26 de março último, por unanimidade os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) declararam inconstitucional a Lei Complementar (LC) 100, que efetivou, em 2007, cerca de 98 mil servidores do estado de Minas Gerais. A corte analisou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que questionou a forma de ingresso na administração pública. A PGR pediu a derrubada da legislação que igualou os antigos designados, contratados com vínculos precários e lotados, em sua maioria, na área da educação, aos efetivos. No entendimento do Supremo, devem deixar o cargo, a partir da publicação do acórdão, todos aqueles que não prestaram concurso público para a função que ocupam.
Não obstante o STF só tenha julgado a LC-100 há poucas semanas, a decisão era prevista e aguardada por grande parte dos profissionais em educação, atingidos diretamente ou não pela decisão, e o Sind-UTE (Sindicato Únicos dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) já havia apontado para tanto, sem jamais deixar de se solidarizar com os profissionais que em 2007 receberam esse verdadeiro “presente de grego” que desde o início claramente feria a Constituição Federal.
Ademais, a postura do Sind-UTE sempre foi a de entender que os “efetivados” – termo que traz em si uma conotação pejorativa e que passou a ser empregada pelo próprio governo mineiro – jamais poderiam ser culpabilizados por um arrobo de ataque a Constituição, antes, a total responsabilidade deveria, e ainda há tempo para isto, recair sobre quem de fato agiu de maneira inconstitucional, demagógica, imoral e patrimonialista, ou seja, o governo de Minas Gerais na figura do seu então governador, o senhor Aécio Neves.
Mas a lambança não acaba por aí. Enquanto perdurou a inconstitucional LC-100 muitos professores aprovados em concurso, tal como rege a Constituição de 1988, tiveram cerceado o direito à nomeação, pois inúmeras vagas encontravam-se preenchidas de maneira ilegítima.
Segundos dados da própria Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, hoje mais de 1/3 dos professores da rede estão na condição de beneficiados pela LC-100, todavia até o presente momento o governo tem se esquivado de responder as duvidas desses professores e a secretária Ana Lúcia Gazzola sequer procurou dar uma resposta – ou mea culpa – aos milhares de profissionais atingidos “não” pela decisão do STF, mas “sim” pela irresponsabilidade do governo mineiro que insistiu numa tentativa torpe de burlar a Carta Magna.
Pode-se afirmar, sem medo de engano, que nos últimos doze anos a educação em Minas Gerais tem sido tratada de forma irresponsável e portanto nada condizente com a importância que representa para a construção de uma sociedade mais justa e livre ou para a autonomia do indivíduo. A derrubada da LC-100 é, desafortunadamente, somente mais um capítulo do modo Aécio de tratar a Educação.
Para citar apenas mais alguns capítulos, podemos rememorar a divisão das turmas de Ensino Médio em áreas de Humanas, Exatas e Biológicas.Um projeto polêmico, esdrúxulo e criticado por estudantes, professores e pais, que fadado ao fracasso não vingou por mais de quatro anos. Ou então quando em 2010 quando o governo do estadual já com o ano letivo em andamento, promoveu ao Ensino Fundamental II, sem qualquer planejamento, estudantes que no ano anterior haviam sido retidos nas séries iniciais. Ou ainda, o Reinventando o Ensino Médio, projeto embutido de vários pontos positivos, que, no entanto, está em fase de implantação sem o mínimo de estrutura, não trazendo as ferramentas necessárias para cativar os estudantes e que denota uma incrível falta de planejamento pedagógico.
Poderia citar diversos outros exemplos como o congelamento do plano de carreira, a transformação do salário dos profissionais da Educação em subsídio, a retirada de benefícios conquistados ao longo das décadas tais como quinquênio, pagamento em espécie de férias prêmio ou a da gratificação do pó de giz.
Por fim, os professores mineiros estão angustiados, perplexos e decepcionados com os rumos que a Educação em Minas tem tomado.
Finalizo com as palavras do mestre Paulo Freire:
“Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitissem às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”
*Hudson Luiz Vilas Boas, cidadão, educador, professor de Sociologia das redes estaduais de Minas Gerais e São Paulo, professor de Cultura e Cidadania e coordenador do Pré-Vestibular Comunitário Educafro.
FONTE: ROGERIO CORREIA
sábado, 26 de abril de 2014
RESQUÍCIOS DA DITADURA NA EDUCAÇÃO
NOTA DO BLOG: Em dias de questionamentos sobre os destinos da educação, posto esse registro sobre as opiniões de MOACIR GADOTTI em Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre os resquícios da Ditadura Militar na educação. Esse artigo serve de subsídios para todos que pensam na Educação como caminho para a verdadeira PROMOÇÃO HUMANA.
Como estamos eliminando os resquícios da Ditadura Militar de nossas vidas? Como banir esses resquícios para fortalecermos a verdadeira democracia?
Um projeto educacional para Mutum-MG, seja pela rede estadual municipal ou particular, passa pelas respostas a essas e outras questões pertinentes que temos que conhecer a história, para agir e a história nos reconhecer.
25/04/2014 - Copyleft
Reflexos da ditadura na educação impedem país de avançar
Em audiência na Câmara, especialistas pontuaram as heranças do período autoritário que impactam na má qualidade do ensino público e no acesso à educação.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Brasília - Os reflexos da ditadura civil militar sobre a educação foram tão nocivos e profundos que até hoje, 30 anos após o início da redemocratização, impedem o país de alavancar a qualidade e democratizar o acesso a este que deveria ser um direito fundamental de todo brasileiro. Em audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Câmara, nesta quinta (24), especialistas foram unânimes em apontar as heranças do regime como principais responsáveis pela má qualidade da educação pública e pela vergonhosa falta de acesso a ela para os pelo menos 14 milhões de analfabetos, além de número maior ainda de analfabetos funcionais.
Presidente do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti lembrou que a ditadura pôs fim ao ambiente de otimismo pedagógico dos educadores brasileiros com o avanço da educação popular e emancipatória já nos primeiros dias após o golpe. Em 14 de abril de 1964, um dia antes do general Castelo Branco assumir o posto de ditador, foi extinto o Programa Nacional de Alfabetização, que vinha sendo implantado no país pelo educador Paulo Freire e seria inaugurado oficialmente em maio. Segundo ele, não foi nenhum rompante do regime. A decisão já havia sido tomada um ano antes, quando Castelo Branco ouvira Paulo Freire em um evento no interior paulista. “Vocês estão engordando cobras”, teria diagnosticado o futuro ditador.
Na sequência, vieram as reformas educacionais que arrasaram com o modelo de educação brasileira. O presidente do Instituto narrou que, em 10 de junho de 64, na primeira reunião com secretários de educação, Castelo disse textualmente: o objetivo do meu governo é estabelecer a ordem entre trabalhadores, estudantes e militar. E seu ministro Suplicy completou: estudante deve estudar, professor deve ensinar, e não fazer política. “Aí está o programa da ditadura: uma visão autoritária da educação e uma visão tecnicista que ainda permanece, suavizada, sem a ostentação e arrogância daquele período”, avaliou.
Gardotti ressaltou também a introdução do caráter mercantilista da educação, trazido dos Estados Unidos, que a transforma em negócio, ao invés de direito. “Havia uma lógica de privatizar”, denuncia. Ele criticou a reforma universitária, que promoveu a “departamentalização”, apontada como estratégia para fragmentar o conhecimento. E também a forma autoritária como eram impostos os diretores, selecionados não pelo desempenho acadêmico, mas pelo perfil gerencial. “A reforma universitária visava reformar para desmobilizar”, resumiu.
Sobraram críticas também à reforma do ensino básico, feita de modo a impedir o crescimento intelectual dos alunos. “A reforma da educação básica tem coisas hilárias, como dizer que todo mundo tem que se profissionalizar porque Jesus Cristo foi carpinteiro”, exemplificou. Segundo ele, em uma época que até o Banco Mundial preconizava que os trabalhadores tinham que ter uma formação generalista, a ditadura obrigou todas as escolas de ensino médio a introduzir a formação técnica compulsório, sem nenhum preparo para isso, e o resultado foi um fracasso.
Outro fracasso registrado foi o do Mobral, criado para alfabetizar jovens e adultos e extinto no governo Sarney. Em quase 20 anos, o programa, que prometia acabar com o analfabetismo em 10, conseguir reduzir a taxa apenas de 33% para 25%. “O Mobral alfabetizou muito pouco. E era muito mais fácil do que hoje, porque esses 8% residual que temos agora está no campo e em locais de difícil acesso”, analisou.
No inventário dos prejuízos causados pela ditadura à educação brasileira, ele incluiu também o desmantelamento dos vários movimentos sociais e populares, a eliminação da representação estudantil e a perda da capacidade dos educadores de influir nos rumos da educação. Para ele, é preciso mudar a concepção da educação. “Nós temos que formar professores a partir de uma outra ótica, de uma outra concepção de educação que respeite o saber das pessoas, que introduza o diálogo, o respeito, e vença aquilo que é o mais duro do que foi herdado da ditadura: a falta de democracia”, diagnosticou.
Como exemplo, ele citou o quanto ainda é difícil implantar um conselho de escola ou mesmo difícil discutir política na escola, o que considera salutar para o país.
“Estamos formando gerações sem discutir que país queremos”, afirmou. Gardotti lembrou que Paulo Freire já dizia que educar é politizar sim. “Não podemos formar estudantes na velha teoria do capital humano: estude, trabalhe e ganhe dinheiro. Paulo Freire respondeu claramente a esta teoria na época: a educação que não é emancipadora faz com que o oprimido queira se transformar em opressor”, concluiu.
O sociólogo e colunista da Carta Maior, Emir Sader, lembrou que o arrocho salarial foi tão importante para a sustentação da ditadura quanto a repressão sistemática, o que acabou comprometendo a qualidade dos serviços públicos, inclusive a educação. “O santo do chamado “milagre econômico” foi o arrocho salarial”, afirmou. Segundo ele, até então, a escola pública era um espaço de convivência entre a classe pobre e a classe média, um espaço de socialização. “A classe média, a partir daquele momento, passou a se bandear para escola particular, fazendo um esforço enorme, colocando no orçamento os gastos de escola e deixando a escola pública como um fenômeno social de pobre”, observou.
O sociólogo avalia que a ruptura causada foi tão significativa que a escola pública, até hoje, não recuperou seu vigor. “A democratização não significou a democratização do sistema educacional, não significou a recuperação da educação pública, da saúde pública. Isso está sendo feita a duras penas na última década, mas com uma herança acumulada brutal. Já tem reflexos no ensino universitário, mas não em toda a educação: a escola pública nós perdemos”, ressaltou.
Para ele, os investimentos em educação superior são importantes, mas é a reconquista da qualidade da educação primária e média que deve ser tema fundamental e urgente à democracia brasileira. “Estamos muito atrasados. Até a saúde pública, apesar do viés duríssimo da perda da CPMF, nós conseguimos melhorar agora com o programa Mais Médicos. Mas a educação, não. A estrutura de poder herdada da ditadura só se consolidou, inclusive a da educação privada”, observou Sader, lembrando que os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso aprofundaram ainda mais o processo de privatização deflagrado pelos militares.
Sadir Dal Rosso, professor da Universidade de Brasília (UnB), uma das mais afetadas pelo golpe civil militar, submetida a três intervenções, abordou o impacto da ditadura na universidade e na construção do pensamento brasileiro. Segundo ele, o controle das administrações universitárias, a demissão e expurgos de professores que não concordavam com o regime, os assassinatos de estudantes, o controle das organizações estudantis e a implantação de serviços de informação no meio acadêmico causaram prejuízos imensuráveis ao país, que ainda precisam ser investigados e punidos. “É necessário esclarecer a verdade e, neste sentido, é necessário rever a Lei da Anistia”, defendeu.
Como estamos eliminando os resquícios da Ditadura Militar de nossas vidas? Como banir esses resquícios para fortalecermos a verdadeira democracia?
Um projeto educacional para Mutum-MG, seja pela rede estadual municipal ou particular, passa pelas respostas a essas e outras questões pertinentes que temos que conhecer a história, para agir e a história nos reconhecer.
Créditos da foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados |
25/04/2014 - Copyleft
Reflexos da ditadura na educação impedem país de avançar
Em audiência na Câmara, especialistas pontuaram as heranças do período autoritário que impactam na má qualidade do ensino público e no acesso à educação.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Brasília - Os reflexos da ditadura civil militar sobre a educação foram tão nocivos e profundos que até hoje, 30 anos após o início da redemocratização, impedem o país de alavancar a qualidade e democratizar o acesso a este que deveria ser um direito fundamental de todo brasileiro. Em audiência pública promovida pela Comissão de Educação da Câmara, nesta quinta (24), especialistas foram unânimes em apontar as heranças do regime como principais responsáveis pela má qualidade da educação pública e pela vergonhosa falta de acesso a ela para os pelo menos 14 milhões de analfabetos, além de número maior ainda de analfabetos funcionais.
Presidente do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti lembrou que a ditadura pôs fim ao ambiente de otimismo pedagógico dos educadores brasileiros com o avanço da educação popular e emancipatória já nos primeiros dias após o golpe. Em 14 de abril de 1964, um dia antes do general Castelo Branco assumir o posto de ditador, foi extinto o Programa Nacional de Alfabetização, que vinha sendo implantado no país pelo educador Paulo Freire e seria inaugurado oficialmente em maio. Segundo ele, não foi nenhum rompante do regime. A decisão já havia sido tomada um ano antes, quando Castelo Branco ouvira Paulo Freire em um evento no interior paulista. “Vocês estão engordando cobras”, teria diagnosticado o futuro ditador.
Na sequência, vieram as reformas educacionais que arrasaram com o modelo de educação brasileira. O presidente do Instituto narrou que, em 10 de junho de 64, na primeira reunião com secretários de educação, Castelo disse textualmente: o objetivo do meu governo é estabelecer a ordem entre trabalhadores, estudantes e militar. E seu ministro Suplicy completou: estudante deve estudar, professor deve ensinar, e não fazer política. “Aí está o programa da ditadura: uma visão autoritária da educação e uma visão tecnicista que ainda permanece, suavizada, sem a ostentação e arrogância daquele período”, avaliou.
Gardotti ressaltou também a introdução do caráter mercantilista da educação, trazido dos Estados Unidos, que a transforma em negócio, ao invés de direito. “Havia uma lógica de privatizar”, denuncia. Ele criticou a reforma universitária, que promoveu a “departamentalização”, apontada como estratégia para fragmentar o conhecimento. E também a forma autoritária como eram impostos os diretores, selecionados não pelo desempenho acadêmico, mas pelo perfil gerencial. “A reforma universitária visava reformar para desmobilizar”, resumiu.
Sobraram críticas também à reforma do ensino básico, feita de modo a impedir o crescimento intelectual dos alunos. “A reforma da educação básica tem coisas hilárias, como dizer que todo mundo tem que se profissionalizar porque Jesus Cristo foi carpinteiro”, exemplificou. Segundo ele, em uma época que até o Banco Mundial preconizava que os trabalhadores tinham que ter uma formação generalista, a ditadura obrigou todas as escolas de ensino médio a introduzir a formação técnica compulsório, sem nenhum preparo para isso, e o resultado foi um fracasso.
Outro fracasso registrado foi o do Mobral, criado para alfabetizar jovens e adultos e extinto no governo Sarney. Em quase 20 anos, o programa, que prometia acabar com o analfabetismo em 10, conseguir reduzir a taxa apenas de 33% para 25%. “O Mobral alfabetizou muito pouco. E era muito mais fácil do que hoje, porque esses 8% residual que temos agora está no campo e em locais de difícil acesso”, analisou.
No inventário dos prejuízos causados pela ditadura à educação brasileira, ele incluiu também o desmantelamento dos vários movimentos sociais e populares, a eliminação da representação estudantil e a perda da capacidade dos educadores de influir nos rumos da educação. Para ele, é preciso mudar a concepção da educação. “Nós temos que formar professores a partir de uma outra ótica, de uma outra concepção de educação que respeite o saber das pessoas, que introduza o diálogo, o respeito, e vença aquilo que é o mais duro do que foi herdado da ditadura: a falta de democracia”, diagnosticou.
Como exemplo, ele citou o quanto ainda é difícil implantar um conselho de escola ou mesmo difícil discutir política na escola, o que considera salutar para o país.
“Estamos formando gerações sem discutir que país queremos”, afirmou. Gardotti lembrou que Paulo Freire já dizia que educar é politizar sim. “Não podemos formar estudantes na velha teoria do capital humano: estude, trabalhe e ganhe dinheiro. Paulo Freire respondeu claramente a esta teoria na época: a educação que não é emancipadora faz com que o oprimido queira se transformar em opressor”, concluiu.
O sociólogo e colunista da Carta Maior, Emir Sader, lembrou que o arrocho salarial foi tão importante para a sustentação da ditadura quanto a repressão sistemática, o que acabou comprometendo a qualidade dos serviços públicos, inclusive a educação. “O santo do chamado “milagre econômico” foi o arrocho salarial”, afirmou. Segundo ele, até então, a escola pública era um espaço de convivência entre a classe pobre e a classe média, um espaço de socialização. “A classe média, a partir daquele momento, passou a se bandear para escola particular, fazendo um esforço enorme, colocando no orçamento os gastos de escola e deixando a escola pública como um fenômeno social de pobre”, observou.
O sociólogo avalia que a ruptura causada foi tão significativa que a escola pública, até hoje, não recuperou seu vigor. “A democratização não significou a democratização do sistema educacional, não significou a recuperação da educação pública, da saúde pública. Isso está sendo feita a duras penas na última década, mas com uma herança acumulada brutal. Já tem reflexos no ensino universitário, mas não em toda a educação: a escola pública nós perdemos”, ressaltou.
Para ele, os investimentos em educação superior são importantes, mas é a reconquista da qualidade da educação primária e média que deve ser tema fundamental e urgente à democracia brasileira. “Estamos muito atrasados. Até a saúde pública, apesar do viés duríssimo da perda da CPMF, nós conseguimos melhorar agora com o programa Mais Médicos. Mas a educação, não. A estrutura de poder herdada da ditadura só se consolidou, inclusive a da educação privada”, observou Sader, lembrando que os oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso aprofundaram ainda mais o processo de privatização deflagrado pelos militares.
Sadir Dal Rosso, professor da Universidade de Brasília (UnB), uma das mais afetadas pelo golpe civil militar, submetida a três intervenções, abordou o impacto da ditadura na universidade e na construção do pensamento brasileiro. Segundo ele, o controle das administrações universitárias, a demissão e expurgos de professores que não concordavam com o regime, os assassinatos de estudantes, o controle das organizações estudantis e a implantação de serviços de informação no meio acadêmico causaram prejuízos imensuráveis ao país, que ainda precisam ser investigados e punidos. “É necessário esclarecer a verdade e, neste sentido, é necessário rever a Lei da Anistia”, defendeu.
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sexta-feira, 18 de abril de 2014
OSAMA BIN LADEN, ENTRE E LEIA
NOTA DO BLOG: Como a escola se torna um Aparelho Ideológico. Bom que tem para todos os gostos.
Seguindo minha ideologia, gostaria que algumas escolas se chamassem Ernesto "Che" Guevara e Rosa Luxemburgo.
Um seminário islâmico para mulheres em Islamabad, capital do Paquistão, rebatizou sua biblioteca com o nome de Osama Bin Laden, em homenagem ao ex-líder da Al-Qaeda.
A escola, a madrassa Jamia Hafsa, é ligada a uma famosa mesquita, a Mesquita Vermelha, conhecida por sua suposta ligação com movimentos islâmicos radicais.
Um documento pregado na entrada da biblioteca chama Bin Laden, morto por uma comando especial dos Estados Unidos em 2011, de "mártir".
Um porta-voz da escola disse que o novo nome seria uma homenagem a Bin Laden, que teria sido "um herói".
A repórter da BBC em Islamabad Shumaila Jaffrey conta que não há cadeiras ou mesas na biblioteca, apenas dois computadores no chão.
A biblioteca tem cerca de 2 mil livros, todos eles ligados ao islamismo, sobre sharia (a lei islâmica), jihad (a "guerra santa") e interpretações do Corão em árabe, urdu e inglês.
terça-feira, 15 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Sind-UTE Governador Valadares: Orientações da SRE de Governador Valadares sobre a...
Sind-UTE Governador Valadares: Orientações da SRE de Governador Valadares sobre a...: Senhores (as) Diretores (as) e/ou Secretários (as) de Escolas, De ordem da Coordenação das Superintendências Regionais de Ensino do Órgão...
domingo, 6 de abril de 2014
FEDERALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (MANIFESTO)
MANIFESTO
PELA FEDERALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Consideramos um direito de todos os brasileiros o acesso à escola de qualidade, com ensino integral e educação cidadã, que respeite a diversidade cultural do país e trate com igualdade toda e qualquer criança brasileira, independentemente da família em que tenha nascido e da cidade onde viva.
Consideramos inadmissível que uma criança seja punida porque nasceu em uma cidade pobre, que não consegue manter salários adequados para seus professores e oferecer as mais modernas tecnologias educacionais para seus alunos. É princípio constitucional considerar todos os brasileiros como iguais.
O atual sistema político que faz a repartição dos recursos acaba sobrecarregando os municípios, retirando a responsabilidade da União para com a educação e deixando um sistema que amplia a desigualdade educacional e em consequência perpetua as demais desigualdades na Sociedade e na Federação.
Defender que a responsabilidade pelo financiamento da educação básica no Brasil seja do governo federal, significa trazer para o país a responsabilidade maior pela educação de todos os brasileiros, desde seu nascimento. Os estados e os municípios continuarão a ter responsabilidade na definição de parâmetros curriculares e na gestão das escolas, em um novo sistema de compartilhamento e parceria, capaz de equalizar a qualidade das escolas em todo Brasil.
Para isso, o Governo Federal adotará a responsabilidade com todas as escolas dos municípios que assim desejarem e intervirá naquelas, onde por falta de recursos, os municípios não possam oferecer educação de qualidade para suas crianças.
Federalizar o Financiamento da Educação Básica vai representar um novo e decisivo passo na valorização efetiva dos professores, com a criação de uma carreira única do magistério, com professores recebendo salários iguais aos das atuais escolas federais, com garantias e responsabilidades compatíveis com a importância de sua função.
A Federalização da Educação Básica é o meio político-administrativo para realizar um objetivo moral: toda criança que vive no Brasil é brasileira e criança. Para ser criança, deve atravessar a primeira infância com alimentação, atendimento de saúde e os estímulos pedagógicos necessários ao seu desenvolvimento, sem trabalhar quando deve estudar. Para ser brasileira,
deve ter acesso a uma escola que tenha a mesma qualidade, em todo o território nacional.
Por isso, parlamentares de todos os estados brasileiros, de vários partidos políticos, unidos a movimentos sociais e a cidadãos preocupados com o país, se articularam para criar a Frente Parlamentar Mista pela Federalização da Educação Básica. O objetivo principal é debater com a sociedade, mobilizar as forças políticas do país, propor novas leis e pressionar para que a educação seja realmente tratada com prioridade.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
sexta-feira, 28 de março de 2014
BLOG DA MARLY GRIBEL: Fim da Lei 100- angústia de muitos...alegria dos l...
BLOG DA MARLY GRIBEL: Fim da Lei 100- angústia de muitos...alegria dos l...: Lamentável esta situação dos efetivados pela Lei 100, mas o papel do sindicato e encontrar saídas junto ao governo e Parlamento para garan...
domingo, 9 de março de 2014
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NO BRASIL
Afinal, para que serve Educação Ambiental no Brasil? Ronaldo Nóbrega
Medeiros *
·
A vida moderna nos faz desenvolver novas
habilidades para corresponder aos desafios diários, porém também possui alguns
fatores negativos e entre eles a insensibilidade com a Educação Ambiental. Em
13 de janeiro de 2007 enviei um expediente para o diretor-geral do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o economista Achim Steiner, diante
da responsabilidade universal e da credibilidade mundial do PNUMA.
·
Sei que não há idéia completamente descartável,
assim como não há uma proposta 100% perfeita, mas sugeri a Achim Steiner a
criação pelo PNUMA de uma Organização das Nações Unidas em Defesa do Aqüífero
Guarani (ONUDAG), com finalidade de protegê-lo. Como é sabido, o Aqüífero
Guarani se localiza na América do Sul. Ele é o maior manancial de água doce
subterrânea transfronteiriço do mundo. O aqüífero fica na região centro-leste
do continente e ocupa uma área de 1,2 milhão de quilômetros, estendendo-se pelo
Brasil por 840 mil quilômetros. O que me despertou para escrever sobre Educação
Ambiental.
·
A educação ambiental está em alta por uma razão
simples: necessidade de sobrevivência. As futuras gerações precisam ser
educadas para a preservação e conservação do nosso meio ambiente, bem de uso
comum dos povos. A Constituição Federal brasileira define competências ao Poder
Público, sendo que uma delas é promover a educação ambiental em todos níveis de
ensino, bem como impulsionar a conscientização pública para a preservação.
·
Ao analisar a lei, percebi que ela traça os
princípios elementares da educação ambiental, como também fornece seus
objetivos fundamentais, vejamos: o desenvolvimento de uma compreensão integrada
do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos
ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos,
éticos e culturais; o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental e social; o incentivo à participação individual e
coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio
ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania.
·
Rousseau dizia que o homem não era mau por ter
nascido mau, mas sim por viver em um determinado grupo social. Sua premissa
veio para contrariar a teoria de Hobbes, que em sua obra "Do Cidadão"
inferia que o homem era lobo do próprio homem e, por conseguinte, mau por
natureza. A solução, portanto, está no conhecimento das coisas, na educação, na
existencialidade, na compreensão do mundo em que vivemos no nosso dia-a-dia.
·
A educação pressupõe não só a conscientização e
o exame crítico da realidade, mas visa o desenvolvimento da cidadania. Neste
ponto, somente ela permite ao educando a construção de valores sociais e o
desenvolvimento de habilidades e de consciência. Já a informação apenas forma
opinião, e, na modernidade, quem ocupa os espaços na imprensa tem o poder de
fomentar o conhecimento e, no caso do meio ambiente, conscientizar parte da
população que a natureza é a essência de nossa existência e a sobrevivência de
novas gerações.
·
Há cidadãos que sabem o que foi o Katrina. Bem
foram informados que se trata de um fenômeno da natureza que destruiu Nova
Orleans. Alguns têm consciência que o Katrina está relacionado aos
desequilíbrios ambientais, ao termo que não sabe que na América do Sul está o
Aqüífero Guarani, o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço
do mundo, e que precisa ser protegido e preservado. Quero dizer com essas
palavras que sem educação ambiental não há como proteger o meio ambiente ou estabelecer
regras, regulamentos e leis. Do Katrina todos sabem; do aqüífero, pouca gente.
·
É importante ter bem claro o verdadeiro papel
das ONGs em defesa do meio ambiente. Se bem lembro, a Universidade Livre do
Meio Ambiente está estudando sobre "Seguros para o meio Ambiente",
onde representantes das 35 principais companhias de seguro fundaram a
iniciativa de seguros para o meio ambiente em parceria com o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
·
Há de se destacar que, com o advento do novo
Código Civil Brasileiro, haverá a possibilidade de efetivar a implementação do
Seguro Ambiental, pois os textos normativos contidos nos arts. 778 a 788 (Do
seguro de dano), possibilitam a existência e a regulamentação de tal tipo de
seguro. Esse fato é por demais grave, porque a educação ambiental, a
importância das águas para a vida humana e o equilíbrio fundamental dos
ecossistemas são protelados. A sociedade civil organizada tem de se mobilizar
para que o meio ambiente seja protegido e que a economia seja praticada em uma
ordem sustentável. Do contrário, o planeta perecerá e os nossos filhos e netos
viverão em um mundo decadente, que espera apenas a hora de seu fim. Pelo visto,
o seguro é mais importante neste momento.
Marcadores:
ASPECTOS ECOLOGICOS,
ASPECTOS ECONOMICOS,
ASPECTOS SOCIAIS,
ECONOMIA,
EDUCAÇÃO AMBIENTAL,
HOBBLES,
PARTICIPAÇÃO COLEITVA,
PNUMA,
POLITICA,
PROBLEMÁTICA AMBIENTAL,
REM,
ROUSSEAU,
SOCIAL
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
PNE EM PAUTA
PNE volta à pauta e relatório estará pronto na segunda quinzena de março, diz relator
Leia no link:
domingo, 23 de fevereiro de 2014
DROGAS, SAÚDE E EDUCAÇÃO:REALIDADE E DESAFIOS
O trabalho tem como objetivo apresentar um panorama geral dasdrogas ilícitas atualmente, especificamente no contexto estudantil, tendo em conta, sobretudo, o crack. Para tanto, metodologicamente, o artigo busca
suporte na literatura da área e tem como base uma pesquisa empírica realizada em escolas do litoral norte do estado da Paraíba, na cidade de Rio Tinto. Dentre os resultados, evidencia-se: 1) o progressivo aumento do consumo de crack entre estudantes do ensino fundamental e médio; 2) o aumento da violência no contexto escolar em decorrência das drogas; 3) a impotência de professores diante do fenômeno das drogas no cotidiano escolar, com eles confessando a falta de qualificação para lidar com a situação; 4) a guerra global contra as
drogas, declarada pelos Estados Unidos, é um equívoco e está falhando.
Conclusivamente, dentre os elementos ressaltados, enfatiza-se: 1) a necessidade de se superar a visão bélica no enfrentamento das drogas, passando-se a uma estratégia que priorize o desenvolvimento de ações sócio-educativas, de prevenção; 2) a urgência de se avançar com as medidas da Política Nacional
sobre Drogas, instituída em 2005; 3) a relevância de se dotar as abordagens sobre as drogas do enfoque das ciências humanas
Leia o texto completo em: Drogas, saúde e educação: realidade e desafios
suporte na literatura da área e tem como base uma pesquisa empírica realizada em escolas do litoral norte do estado da Paraíba, na cidade de Rio Tinto. Dentre os resultados, evidencia-se: 1) o progressivo aumento do consumo de crack entre estudantes do ensino fundamental e médio; 2) o aumento da violência no contexto escolar em decorrência das drogas; 3) a impotência de professores diante do fenômeno das drogas no cotidiano escolar, com eles confessando a falta de qualificação para lidar com a situação; 4) a guerra global contra as
drogas, declarada pelos Estados Unidos, é um equívoco e está falhando.
Conclusivamente, dentre os elementos ressaltados, enfatiza-se: 1) a necessidade de se superar a visão bélica no enfrentamento das drogas, passando-se a uma estratégia que priorize o desenvolvimento de ações sócio-educativas, de prevenção; 2) a urgência de se avançar com as medidas da Política Nacional
sobre Drogas, instituída em 2005; 3) a relevância de se dotar as abordagens sobre as drogas do enfoque das ciências humanas
Leia o texto completo em: Drogas, saúde e educação: realidade e desafios
Anotações para a problematização de práticas socioeducativas
Estatuto da Criança e do Adolescente, governamentalidade neoliberal e o governo de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
Anotações para a problematização de práticas socioeducativas
sábado, 15 de fevereiro de 2014
CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE HUMANA
NOTA DO BLOG: A reprodução desse artigo se justifica pelo fato de ser subsídio com base histórica na definição do papel do educador.
Ele também será postado no meu blog pastoral por se tratar do escrito de um grande defensor das CEBs e da religião para a liberdade (CLAUDIOPASTORAL).
Será postado também no meu blog político por se tratar de um artigo crítico tanto ao capitalismo quanto ao socialismo. Serve para os gestores educacionais de todos os níveis refletirem a respeito do papel da educação na sociedade (CLAUDIOPOLITICO).
Esse artigo foi compartilhado pelo meu colega de profissão Eduardo Silvério da Silva, professor de Educação Física e idealizador de projetos sociais usando o esporte.
FONTE: BRASIL DE FATO.
Educação e consciência crítica
É dever de todos que se consideram de esquerda se perguntar
quais as causas do desaparecimento do socialismo na Europa. Há um amplo leque
de causas, que vão da conjuntura econômica de um mundo bipolar hegemonizado
pelo capitalismo às pressões bélicas em decorrência da Guerra Fria.
14/02/2014
Frei Betto
O bloco socialista se desintegrou antes de completar um
século. A União Soviética se esfacelou e os países que a integravam adotaram o
capitalismo como sistema econômico e sinônimo de democracia.
Tudo aquilo que o socialismo pretendia e que, em certa
medida, alcançara – redução da desigualdade social, garantia do pleno emprego,
saúde e educação gratuitos e de qualidade, controle da inflação etc. –
desapareceu para dar lugar a todas as características desumanas do neoliberalismo
capitalista: a pessoa encarada não como cidadã, e sim como consumista; o ideal
de vida reduzido ao hedonismo; a exploração da força de trabalho e a
apropriação privada da mais-valia; a especulação financeira; a degradação da
condição humana através da prostituição, da indústria pornográfica, da
criminalidade e do consumo de álcool e drogas.
É dever de todos que se consideram de esquerda se perguntar
quais as causas do desaparecimento do socialismo na Europa. Há um amplo leque
de causas, que vão da conjuntura econômica de um mundo bipolar hegemonizado
pelo capitalismo às pressões bélicas em decorrência da Guerra Fria.
Entre tantas causas destaco uma de caráter subjetivo,
ideológico: o papel do educador na formação de seus alunos.
Devo dizer que, antes da queda do Muro de Berlim, tive a
oportunidade de visitar China, Tchecoslováquia, duas vezes a Polônia e a
Alemanha Oriental, e três a União Soviética.
O socialismo europeu cometeu o erro de supor que seriam
naturalmente socialistas pessoas nascidas em uma sociedade socialista.
Esqueceu-se da afirmação de Marx de que a consciência reflete as condições
materiais de existência, mas também influi e modifica essas condições. Há uma
interação dialética entre sujeito e realidade na qual ele se insere.
Em primeira instância, e não em última, nascemos todos
autocentrados. “O amor é um produto cultural”, teria dito Lênin. Resulta do
desdobramento de nosso ego, o que se obtém através de práticas que infundam
valores altruístas, gestos solidários, ideais coletivos pelos quais a vida
ganha sentido e a morte deixa de ser encarada como fracasso ou derrota.
Segundo Lyotard, o que caracteriza a pós-modernidade é não
saber responder a questão do sentido da vida. Este o papel do educador: não
apenas transmitir conhecimentos, facilitar pedagogicamente o acesso ao
patrimônio cultural da nação e da humanidade, mas também suscitar no educando o
espírito crítico, a atitude ética, a busca do homem e da mulher novos em um
mundo verdadeiramente humanizado.
Ora, isso jamais será possível se não se propicia ao
magistério um processo de formação permanente. É um equivoco julgar que
professores são todos imbuídos de valores nobres. Nenhum de nós é totalmente
invulnerável às seduções capitalistas, aos atrativos do individualismo, à tentação
de acomodamento e indiferença frente ao sofrimento alheio e às carências
coletivas.
Estamos todos permanentemente sujeitos às influências
nocivas que satisfazem o nosso ego e tendem a nos imobilizar quando se trata de
correr riscos e abrir mão de prestígio, poder e dinheiro. A corrupção é uma
erva daninha inerente ao capitalismo e ao socialismo. Jamais haverá um sistema
social no qual a ética se destaque como virtude inerente a todos que nele vivem
e trabalham.
Se não é possível alcançar a utopia de ética na política, é
preciso conquistar a ética da política. Daí a
importância de uma profunda reforma política. Criar uma institucionalidade
política que nos impeça “cair em tentação” quanto à falta de ética.
Isso só será possível em um sistema no qual inexista a
impunidade e o desejo de ser corruptor ou corrompido não seja alcançado. Tal
objetivo não se atinge por meio de repressão e penalidades, embora elas sejam
necessárias. O mais importante é o trabalho pedagógico, a emulação moral,
tarefa na qual os professores desempenham papel preponderante por lidarem com a
formação da consciência das novas gerações.
O professor deve ter atitudes pautadas pela
construção de uma identidade humana na qual haja adequação entre essência e
existência. Saber ministrar sua disciplina escolar contextualizando-a na
conjuntura histórica em que se insere.
O papel número um do educador não é formar mão de obra
especializada ou qualificada para o mercado de trabalho. É formar seres humanos
felizes, dignos, dotados de consciência crítica, participantes ativos no
desafio permanente de aprimorar a sociedade e o mundo em que vivemos.
Frei Betto é
escritor, autor de “Alfabetto – Autobiografia Escolar” (Ática), entre outros
livros.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
PARA OS CONCURSEIROS
Para os ‘concurseiros’ de plantão, algumas matérias são consideradas ‘arroz com feijão’, são as disciplinas básicas exigidas na maior parte dos concursos. Abaixo lista com 16 sites com material gratuito para estudar de graça para concursos públicos, como videoaulas e simulados, para estudar direito administrativo, informática, inglês, matemática e português.
link: ESTUDAR PARA CONCURSOS
OFICIALIZANDO O REMENDO
Agora é oficial. Com essa medida da Secretaria de Educação de Minas Gerais, (ou Secretaria de Enrolação de MInas Gerai, está oficializado o remendo para o problema que eles não conseguiram resolver em um ano quando a escola em que eu trabalho como PEB (PROFESSOR DE ENROLAÇÃO BÁSICA) foi usada pelo governo como cobaia para experimentar seu novo frankstein da educação.
Pela foto da materia no portal da educação, dá a entender o problama do transporte então seria resolvido com novos ônibus. Parece aquelas fotos de deputado entregando ônibus ou patrol para prefeituras. Mas não.
Veja as consequências. O aluno que vai embora, não perde somente as disciplinas das áreas de empregabilidade. Em biologia, por exemplo, quando eu tiver o sexto período em uma turma, vai acontecer que aqueles que forem embora, embora tenham atividades, não vai ser a mesma coisa que dentro da sala de aula, lembrando que circula a informação de que sexto período não pode ser conteúdo da empregabilidade, assim o governo deixa de cumprir, inclusive, a LDB, como citado em seu artigo, As disciplinas das áreas de empregabilidade estarão substituindo disciplinas do núcleo comum.
Quero destacar que no início do ano passado, não me prôpus a trabalhar com as áreas de empregabilidade e afirmei em alto e bom som que esse é um projeto eleitoreiro. Continuo pensando o mesmo e com essa informação somente confirma o que penso, mas esse ano, por outro motivo, estou com PROBLEMATIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA, e PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
O projeto REINVENTANDO O ENSINO MÉDIO seria um excelente projeto se fosse pedagógico e não demagógico.
Veja a matéria de ontem.
: OFICIALIZANDO O REMENDO.
Marcadores:
BIOLOGIA,
EMPREGABILIDADE,
ENSINO MEDIO,
FRANKSTEIN DA EDUCAÇÃO,
REINVENTANDO O ENSINO MÉDIO,
SEXTO PERÍODO.,
TRANSPORTE ESCOLAR
TROTE COM ARTE
Tem haver com cultura por ser Romero Brito e tem haver com o pedagógico por ser um problema do ambiente escolar os trotes. Interessante: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/02/calouros-tem-corpo-pintado-com-artes-de-romero-britto-em-trote-na-ufrj.html.
Para meus colegas da área de arte:
ROMERO BRITO EM 5 PASSOS
Para meus colegas da área de arte:
ROMERO BRITO EM 5 PASSOS
domingo, 9 de fevereiro de 2014
UMA VIA-SACRA ANTES DO CARNAVAL
O GOVERNO DE MINAS GERAIS E SUA INCRÍVEL CAPACIDADE DE PIORAR O QUE JÁ É PÉSSIMO.
NOTA DO BLOG: Começa mais uma via-crucis na educação de MInas Gerais. Como assim? Nem chegou o carnaval, e o retorno às aulas é uma verdadeira via-sacra. Sem reposicionamento, sem Férias-Prêmio já publicada, sem colegas para todas as aulas e até mesmo sem salas de aulas. Na zona rural fusão de turma e o atropelamento da terminalidade.
Como a palavra, nossos únicos parceiros nessa Minas Gerais de Mídia comprada e de jornalistas sendo preso, nessa Minas Gerais virando pó para aecistas cheirarem. Nessa Minas Gerais em cacos, nesse chão minado de gritos abafados. Com a palavra o BLOCO DE OPOSIÇÃO MOVIMENTO MINAS SEM CENSURA.
O início do ano letivo em Minas Gerais traz à
tona velhos e novos problemas da educação no estado. O Sind-UTE já protocolou a
pauta de reivindicações para 2014, que é mais do que a temática salarial dos
professores. O sindicato também denuncia a falta de profissionais e de
infraestrutura nas escolas. A assembleia da categoria será no dia 26/02, quando
haverá paralisação das atividades em todo o estado.
Leia mais em: MINAS SEM CENSURA
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Nós imaginamos que somos os senhores de todas as coisas, sem a percepção de que cada um de nós vive nessa única morada, nessa fina casquinha do nosso planeta TERRA; respiramos, bebemos, comemos, consumimos, poluímos, somos habitados e interagimos com milhões de bactérias e microrganismos, e sem perceber que apenas fazemos parte da natureza. Ela pode viver sem nós, como fez por milhões de anos. Nós não podemos viver sem ela.
A exploração insensata dos recursos naturais e as crueldades que os seres vivos sofrem nas mãos dos humanos estão além da nossa compreensão, nisto reside um grande absurdo.
LINK DA MATÉRIA INTEIRA:
ARTIGO NO ECODEBATE
A exploração insensata dos recursos naturais e as crueldades que os seres vivos sofrem nas mãos dos humanos estão além da nossa compreensão, nisto reside um grande absurdo.
LINK DA MATÉRIA INTEIRA:
ARTIGO NO ECODEBATE
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Entre a escola, o trabalho e a vida: memória e representações sociais de mulheres rurais sobre a infância
É objetivo deste trabalho analisar a memória e as representações sociais da infânciade dez mães trabalhadoras rurais, com idade entre entre 20 e 74 anos, domunicípio baiano de Barra do Choça. A coleta de dados se deu através da técnicade grupos focais, que consiste em realizar encontros que favoreçam a interaçãogrupal ao se discutir uma temática específica. Observamos que as referências aopassado vivido é evocado pelo núcleo central dessas mães, resgatando comoreferência as vivências do acesso precário a escola em suas infâncias, e asdificuldades desta por conta da necessidade de trabalhar neste período de suas vidas.
Entre a escola, o trabalho e a vida: memória e representações sociais de mulheres rurais sobre a infância
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
XENOFIBIA À LUSITANA
NOTA DO BLOG: A matéria que compartilho aqui me diz respeito sobre três aspectos:
1º) Acompanhamento dos casos de migração e xenofobia pelo mundo. Um dos meus e muitos temas favoritos;
2º) Subsídio para uma das minhas séries, ainda no forno do meu cérebro, claro, intitulada de ACADÊMICOS DE MUTUM;
3º) Uma prova a mais de como a escola pode ser aparelho ideológico do Estado, subsidiando o meu trabalho sobre a história da educação.
Estudantes Brasileiros denunciam xenofobia na Universidade de Coimbra, em Portugal. Há desrespeito no ambiente escolar até mesmo por professores
xenofobia brasileiros portugal coimbra
• Os brasileiros e os pretos deveriam morrer.
• ‘Mas você é brasileira!’ – quando recusei uma investida sexual
• ‘Burro! Aprenda a falar/escrever o português direito’ — tudo isso porque sou brasileiro
• ‘Sabe o quê brasileira fala quando vai tirar foto? Pênis’ – depois ele sorriu ironicamente…
Cartazes de protesto com os dizeres acima ganharam as redes sociais nos últimos dias denunciando a xenofobia praticada contra brasileiras e brasileiros estudantes da Universidade de Coimbra, em Portugal. A repercussão das mensagens na internet, entretanto, esconde uma realidade muito mais complexa: o ódio
contra estrangeiros é apenas uma das formas do preconceito perpetrado diariamente no campus universitário português. Indiscriminadamente, alunos e professores de Coimbra adotam, com agressividade, posturas racistas, machistas e homofóbicas.
leia matéria completa em: XENOFOBIA EM PORTUGAL
1º) Acompanhamento dos casos de migração e xenofobia pelo mundo. Um dos meus e muitos temas favoritos;
2º) Subsídio para uma das minhas séries, ainda no forno do meu cérebro, claro, intitulada de ACADÊMICOS DE MUTUM;
3º) Uma prova a mais de como a escola pode ser aparelho ideológico do Estado, subsidiando o meu trabalho sobre a história da educação.
Estudantes Brasileiros denunciam xenofobia na Universidade de Coimbra, em Portugal. Há desrespeito no ambiente escolar até mesmo por professores
xenofobia brasileiros portugal coimbra
• Os brasileiros e os pretos deveriam morrer.
• ‘Mas você é brasileira!’ – quando recusei uma investida sexual
• ‘Burro! Aprenda a falar/escrever o português direito’ — tudo isso porque sou brasileiro
• ‘Sabe o quê brasileira fala quando vai tirar foto? Pênis’ – depois ele sorriu ironicamente…
Cartazes de protesto com os dizeres acima ganharam as redes sociais nos últimos dias denunciando a xenofobia praticada contra brasileiras e brasileiros estudantes da Universidade de Coimbra, em Portugal. A repercussão das mensagens na internet, entretanto, esconde uma realidade muito mais complexa: o ódio
contra estrangeiros é apenas uma das formas do preconceito perpetrado diariamente no campus universitário português. Indiscriminadamente, alunos e professores de Coimbra adotam, com agressividade, posturas racistas, machistas e homofóbicas.
leia matéria completa em: XENOFOBIA EM PORTUGAL
MOLDES DE ALFABETO
Os moldes de alfabeto têm sido constantemente pedidos. Este é tamanho ofício, grande, com os numerais em dois estilos e as letras em maiúsculas e minúsculas.
VEJA NO LINK:
ESPAÇO EDUCAR LIZA
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