terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DIRETORES & GLADIADORES


A



"A competição entre escolas públicas, em busca de números de alunos, brutaliza a educação, os educadores e sobretudo o coração dos diretores"

Na Roma Antiga, a luta entre gladiadores era diversão para a realeza, nobreza e para a plebe. Lutavam até que um sucumbisse perante a negra morte.
Na pós-modernidade, os diretores das escolas públicas, conheço de perto a realidade das estaduais, são levados a lutarem um contra o outro atrás de alunos para a escola, uma vez que a escola recebe por aluno.
A princípio é justo que a escola receba verba de seu mantenedor, que é o Estado, de acordo com o número de aluno que atende. Alguns acréscimos poderiam ser feitos, por exemplo, um complemento pelo número de aluno com necessidades especiais, em situação de pobreza ou quem sabe,com alunos delinqüentes, pois esses requerem no seu processo educativo, mais atenção e educadores melhores preparados para viverem essas realidades.
Mas essa busca por alunos, tem levado a diretores difamarem as demais instituições e seduzido alunos a qualquer custo para seu estabelecimento. É uma competição feroz, sem sentido.
Os reis, nesse caso, o governo, gostam disso. Assiste como os antigos reis romanos assistiam os gladiadores. Batem palmas para os vencedores e humilham os perdedores. A nobreza, dono de escolas públicas, agradece o definhamento do ensino público e recolhe em seus estabelecimentos particulares, aqueles que podem pagar.
A plebe, que vive da política pão e circo dos governos neoliberais, como o atual governo de Minas Gerais, ganham pois  passam a chantagear as intituições dizem: “Se meu filho não passar aqui, vai para outra escola.”, Se for tal professor em tal turma, mudo de escola.
Todos nós queremos educação de qualidade para nossos filhos. Sabemos que a escola pública é a única a que os filhos da classe trabalhadora têm acesso. Ela é um meio de emancipação econômica , cultural e social dos trabalhadores. E se a escola tem compromisso de educar para a vida e para a vivência da cidadania, ela também promove a emancipação política.
O que não está legal é essa concorrência, que se estabeleceu no sistema neoliberal do Governo Aécio/Anastasia  aqui em Minas Gerais e nos demais estados governados pelo PSDB/ DEM, a “encapitalização” da Educação. Educação não é uma mera prestação de serviço. Educação é essencial.
Que cada diretor administre a sua instituição com o máximo de competência, e faça com que a escola cumpra seu papel social. Que o crescimento de sua escola não seja sobre o enfraquecimento das demais, e que todos saibam, que nós, trabalhadores da educação, pais e alunos, somos vítimas desse neoliberalismo imposto pela manobra equivocada da pseudo-esquerda mineira.
Diretor é diretor. Gladiador é gladiador. Quando diretores se degladeiam, governos neoliberais sorriem, a nobreza agradece e a plebe alienada tenta pegar as migalhas. A educação de fato não acontece e nós trabalhadores da educação, passamos a trabalhar sob uma pressão que sufoca, desgasta, mata. É o total embrutecimento da educação.

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